A fonoaudióloga Juliana de Lima Theodoro, profissional da Secretaria de Saúde de Machadinho, realiza avaliações nos alunos da rede municipal e estadual de ensino. A iniciativa visa detectar problemas auditivos e de acuidade visual, precocemente. São avaliados alunos matriculados nas turmas do 1º ano, na faixa-etária de 6 a 7 anos, nas dependências do Posto de Saúde.

A iniciativa faz parte do Programa Saúde na Escola (PSE) do Ministério da Saúde,política intersetorial da Saúde e da Educação, que foi instituído em 2007. Nele, as políticas de saúde e educação voltadas às crianças, adolescentes, jovens e adultos da educação pública brasileira se unem para promover saúde e educação integral dos estudantes da rede pública de ensino.

A audição é um dos sentidos fundamentais para o desenvolvimento da fala, dos processos de linguagem (receptiva e expressiva) e da alfabetização (leitura e escrita), já que dependem do funcionamento adequado dos processos auditivos de detecção e interpretação dos sons. A detecção precoce de alterações auditivas e a intervenção imediata em crianças com perda auditiva favorecem o desempenho acadêmico, emocional e social. O desenvolvimento da audição, linguagem e da fala deve ser observado pelos profissionais da Saúde e da Educação bem como pelos familiares.

Cabe ao fonoaudiólogo realizar a triagem auditiva escolar, através da qual podem ser detectadas perdas auditivas precocemente. “Avaliamos todos os recém-nascidos através do teste da orelhinha, mas até os 6 ou 7 anos, no primeiro ano escolar, podem surgir muitas intercorrências, como otites médias que podem causar uma perda auditiva importante”, destaca a fonoaudióloga Juliana. Por isso a importância de avaliar os alunos nesta faixa-etária, aqueles que apresentam alteração auditiva podem ser encaminhados pelo SUS para o tratamento otorrinolaringológico ou até mesmo o uso de aparelho auditivo.

“O Programa Estadual de Saúde Auditiva é de grande qualidade, temos em Passo Fundo a clínica ProAudi que oferece os serviços de média e alta complexidade pelo SUS. Há pouco tempo atrás, precisávamos encaminhar alguns pacientes a Porto Alegre, agora é tudo feito em Passo Fundo, sem nenhum custo ”, relata Juliana.

“Aproveitamos a vinda do aluno ao Posto de Saúde e avaliamos também sua acuidade visual, através do teste de Snellen”, informa a fonoaudióloga. Problemas de visão como a miopia, o astigmatismo e a hipermetropia interferem seriamente no rendimento escolar.O teste de acuidade visual identifica os alunos que necessitam de acompanhamento oftalmológico e, na maioria dos casos, os problemas podem ser resolvidos com o simples uso de um óculos. “Através destas triagens podemos garantir um futuro melhor para crianças que tem algum problema perceptivo e passam desapercebidas, enfrentando, muitas vezes  grandes desafios no rendimento escolar e também nas interações sociais”, assegura a fonoaudióloga Juliana.