Pela primeira vez de forma simultânea em todo o país, ocorreu em outubro de 2015, a eleição para a escolha dos conselheiros tutelares para o mandato 2016-2020. De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o país tem cerca de 30 mil conselheiros tutelares, responsáveis por defender crianças e adolescentes que possuem seus direitos violados.Elizandra Pieri foi eleita nesta eleição, e hoje compõe com os demais eleitos, o Conselho Tutelar de Machadinho. Para ela, “todo o trabalho no início é difícil, mas estamos nos inteirando dos assuntos e do que a comunidade mais precisa”. Elizandra destaca que o trabalho do Conselho Tutelar é zelar pelos direitos das crianças que está no Estatuto (ECA). Neste sentido, “trabalharemos em relação ao que o município mais necessita em relação às crianças e aos adolescentes para que todos saiam beneficiados”, diz.Para Elizandra, o que a levou a disputa pelo cargo de conselheira, é por gostar muito de trabalhar com pessoas, em especial com as crianças. Para ela, o trabalho de conselheiro é procurar informar-se dos assuntos da família e agir de acordo com a lei e por meio dela, tomando a atitude cabível para que a situação fique bem para a família como um todo. “Primeiramente, deve-se ouvir o que a pessoa tem a falar, em seguida, deve-se aprofundar no assunto e a partir disso, aconselhar, criar uma perspectiva sempre vendo o que for bom para a família, mas, sobretudo, para a criança; o objetivo é cuidar da criança. Pois a parte que mais dói em uma família, é a criança”.Elizandra ressalta que mesmo sendo um município pequeno, há muitos problemas. “Os problemas são grandes e a maioria da população não tem noção do que acontece”, diz. Segundo ela, os maiores problemas a serem enfrentados é o alcoolismo, o abandono familiar, a negligência familiar, e que 80% das denúncias são picuinhas entre famílias e vizinhos. “As pessoas ligam para o Conselho para denunciar e acham que o Conselho deve resolver tudo. Mas a prioridade é a criança. Se ela está sendo abandonada, se ela está sendo violentada ou se seus direitos estão sendo violados. Vamos procurar resolver os problemas relacionados com a criança e não problemas entre casais, entre pai e mãe que brigam”, diz.Também, há uma cobrança da comunidade sobre o trabalho do Conselho Tutelar em relação às visitas a bares, com a venda de bebidas e cigarros para menores e quanto à presença de menores em bailes e sem a autorização dos pais. Quanto a isso, Elizandra diz que sempre que possível, irão acompanhar estes casos. Ela ressalta ainda, que um problema que afeta em muito o trabalho no município, é quanto ao deslocamento, pois o Conselho Tutelar não dispõe de veículo próprio. Assim, uma das metas, é já no próximo dia 8 de fevereiro, sentarem-se com o prefeito municipal a fim de se conseguir um veículo para o transporte, o que facilitará o desenvolvimento dos trabalhos para o do Conselho Tutelar.Ainda para Elizandra, “não temos como fiscalizar todo mundo, e vamos focar mais nas denúncias; a visita cabe mais a denúncia. E sempre que ela ocorrer, seja uma criança em um bar ou em um baile, certamente vamos visitar o local, fazer o relato, dar o parecer, aconselhar, tentado agir sempre da melhor forma”, diz.Elizandra agradece a comunidade por sua interação com o Conselho Tutelar e que a população sempre que quiser algum esclarecimento maior, ou tirar dúvidas que procurarem o Conselho Tutelar. Afinal, “estamos aqui para ajudar, para apoiar e orientar as famílias”, conclui.
FONTE: Folha da Club